Full Steam Ahead! Lore da Temporada12 – Ato 1

“Eureka!”

Stargazer empurrou seus óculos até a testa, um sorriso brilhante cruzando seu rosto. Ela só tinha que ver com seus próprios olhos o resultado de seus esforços, depois de todo o suor e as lágrimas que foram necessários para terminar este projeto. Quando o Steam Judge a abordou pela primeira vez com anotações rabiscadas, deixadas pela metade, para uma fazer uma fonte de energia perpétua, Stargazer quase riu e recusou. No entanto, recusar o Steam Judge era mais fácil dizer do que fazer, e o desafio a intrigou.

Retomar as anotações de onde foram deixadas não foi fácil. Quem quer que tenha começado a pesquisa obviamente não se preocupou em torná-las fáceis de seguir. Instruções que parecem um fluxo de consciência, diagramas sem medidas, teorias rabiscadas nas margens e o que só poderia ser descrito como uma linguagem codificada em pontos críticos tornaram a decifração dos próprios projetos uma tarefa difícil, quanto mais completar a engenharia do Aeolipyle.

Esse era o nome dela para isso. Os designs não tinham título. Stargazer se perguntou como o Steam Judge conseguiu adquirir essas anotações, mas parecia melhor abster-se de perguntar.

O Aeolipyle seria capaz de gerar energia a partir de seu sistema interno de vapor, criando energia perpétua uma vez posta em movimento. Stargazer ergueu o objeto em forma de orbe na palma de suas luvas de trabalho, examinando-o vertiginosamente. Havia portas para mangueiras e botões para ajustar a potência ao longo de todo o exterior de latão brilhante. Quando conectado a uma Máquina, ele seria capaz de acionar o motor indefinidamente, sem limites. Pelo menos, seria se as teorias fossem verdadeiras.

“Bom! Não há melhor hora do que agora para colocá-lo à prova!” Stargazer disse, virando-se de sua bancada para o outro lado de sua oficina. Lá estava sua máquina, construída em latão e ferro. O manômetro bem na frente estava totalmente à esquerda e sua chaminé não tinha vapor, pelo menos por enquanto.

Stargazer subiu em seu topo, girando a roda de manivela para abrir a máquina e revelar o motor dentro. Uma nuvem de vapor a saudou, escapando de sua câmara selada. Seus óculos embaçaram e seu cabelo parecia um pouco úmido quando o vapor passou por seu rosto. Com algumas torções de sua chave inglesa e aperto de porcas e parafusos, Stargazer conectou seu motor ao Aeolipyle. Agora era a hora do teste final.

Ela deslizou para o assento de sua máquina e ligou-a. Instantaneamente, ela pôde ouvir o barulho quando o motor a vapor começou a girar as engrenagens de sua máquina, a agulha no manômetro subindo lentamente. O suor escorria por sua testa enquanto subia mais alto e a pressão aumentava mais e mais. A máquina inteira roncou embaixo dela ao passo que ela observava a agulha se firmar.

“Funcionou! Funcionou! Eu tenho que ir contar a todos! ”

Stargazer saltou da máquina. Ela nem se preocupou em impedir que continuasse ligada Afinal, o Aeolipyle iria mantê-la funcionando… para sempre!

 

“Estou lhe dizendo, Metal Ox”, disse o Steam Judge, “esta invenção será capaz de alimentar qualquer máquina que você quiser. Um batalhão de tanques a vapor. Torres Gatling que nunca superaquecem. Você quer uma frota de dirigíveis para dominar os céus contra seus rivais? Com isso, eles nunca precisariam descer. ”

“E quantos desses… Aeolipyles… você fez até agora, Judge?” Metal Ox perguntou. Seu rosto estava escondido atrás de uma máscara de metal em forma de cabeça de boi, ornamentações feitas de jade decorando o capacete. O senhor da guerra era bastante grande, mais alto do que o Steam Judge.

“Até agora… nenhum. Mas estamos perto. Eu contratei os inventores mais brilhantes para dar uma chance nisso, e a garota que deixei trabalhando nisso agora, ela está perto da descoberta final! “

Stargazer espiou pelo batente da porta, tendo ouvido clandestinamente a conversa de seu empregador. Armas? Ele queria usar seu Aeolipyle como armas? Todo o potencial que isso oferecia para o avanço da sociedade, seria ignorado em favor de cortejar aqueles que já são ricos e poderosos.

Não foi isso que ele disse a ela que eram seus planos para a Aeolipyle. E se era isso que ele pretendia fazer com ele, ela não podia se dar ao luxo de deixá-lo aqui em seu laboratório. Nem deixar suas anotações para trás…

“Ah, Lady Stargazer,” A voz metálica veio ao lado dela, fazendo Stargazer pular um pouco de surpresa. Ela estava tão perdida em seus pensamentos que não tinha visto o Steam Judge aparecer. Seu rosto estava obscurecido como sempre pelo filtro que ele usava, com uma cartola combinando na cabeça. “Eu estava a caminho de sua oficina. Você progrediu no dispositivo? ”

“A-ainda há alguns problemas que estou resolvendo. Mas estou perto”, mentiu Stargazer. Ela precisava voltar para sua oficina antes que Judge ficasse muito desconfiado.

“Entendo. É bom ouvir isso. Gastei muito dinheiro nessa empreitada, como tenho certeza que você sabe. É bom saber que em breve começarei a ver um retorno desse investimento. Em quanto tempo você espera que o Aeolipyle esteja pronto? ”

“Não mais do que uma semana, eu acho”, disse Stargazer, sem compromisso. Ela podia sentir os olhos de Judge tentando penetrá-la por trás de seus óculos de proteção azuis. Depois do que pareceu um longo tempo, o Steam Judge acenou com a cabeça.

“Entendo. Permita que um cavalheiro a acompanhe de volta à sua oficina, Lady Stargazer. ”

“Não! Não, tudo bem. Eu sei o quanto você está ocupado, senhor Judge. Eu não gostaria de incomodar. Está uma bagunça agora de qualquer maneira.”

Mais uma vez, o Steam Judge levou um tempo desconfortavelmente longo para responder. Quando o fez, o pouco de seu rosto que ela podia ver fez Stargazer sentir como se ele estivesse sorrindo para ela. “Como quiser. Outra hora então.”

“Bom dia para você, senhor Judge”, disse Stargazer, inclinando a cabeça, tomando isso como a melhor desculpa para sair quando ela voltou para sua oficina.

Ao empurrar a porta do corredor principal, ela poderia jurar que ouviu o Steam Judge instruir alguém a ‘segui-la, trazer suas anotações para mim’.

Ela tinha que sair. Stargazer começou a acelerar o passo, segurando o caderno contra o peito. Ela não estava segura aqui. Seu Aeolipyle não estava seguro aqui. O Steam Judge era dono de tudo neste bairro, então mesmo levá-la para sua casa na cidade não garantiria sua segurança.

Ouviu passos atrás dela. Ela não se virou para confirmar, apenas andou mais rápido ainda. Ela precisava ir para sua oficina. Parecia que cada passo que ela dava era mais rápido do que o anterior, mas a distância ficava maior.

Ela começou a correr. Os passos atrás dela também se aceleraram. Stargazer abriu a porta de sua oficina e a fechou atrás dela. Sua bancada de trabalho estava uma bagunça desordenada, mas ela agarrou todas as notas e diagramas que pôde encontrar, todas as suas pesquisas, jogando-os em uma bolsa. Ela ouviu chutes na porta. Os homens do Steam Judge não seriam retidos por muito tempo. Ela precisava correr!

Com o máximo de sua pesquisa que ela conseguiu pegar em tão pouco tempo, Stargazer correu em direção a sua máquina, ainda funcionando como ela havia deixado. Foi uma decisão impulsiva, pela qual ela estava grata agora.

Quando Stargazer deslizou para o assento do piloto, a porta foi arrancada de suas dobradiças. Dois dos mercenários de Judge estavam lá, prontos para agarrá-la e tomar seu Aeolipyle. A Stargazer baixou os óculos e puxou a alavanca da máquina. Ela dirigiu direto para os homens, forçando-os a mergulhar no chão enquanto aumentava sua velocidade, antes de girar a máquina em 180 graus. O medidor de pressão começou a subir novamente enquanto ela empurrava o motor até o limite, aumentando a velocidade enquanto dirigia direto para o outro lado da oficina e através da parede oposta.

Ela podia ouvir suas vozes raivosas e arriscou olhar para trás. Ela podia vê-los correndo atrás dela. Ela podia ver o Steam Judge olhando pela janela acima.

Um arrepio percorreu sua espinha.

Ela tinha fugido. Agora ela precisava se esconder.